terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Delors...Durão...Declínio...


Fala-se muito, diariamente, em Merkel e Sarkozy.
A Alemanha e a França assumem a natural liderança europeia, e não pelos melhores motivos, como bem sabemos, deixando uma Inglaterra na sombra cúmplice da culpa, e a Itália em confrangedora mas inevitável queda após muitos anos de um inenarrável Berlusconi, que a Democracia legitimou como Primeiro-Ministro de um país com uma Cultura ímpar.
Tudo isto, e não é pouco…apenas revela o declínio do “sonho europeu”, sustentado em chefias políticas medíocres e quase acéfalas, incapazes de gerir o bem comum, guindadas a posições de responsabilidade sem capacidade para as assumir na íntegra, num desfile mediático desastroso e penoso.
Só que, no meio de toda esta amálgama de sorrisos idiotas, discursos ocos e vazio de Valores, quase ninguém repara num rosto e num nome: Durão Barroso.
Por acaso…é Presidente da Comissão Europeia desde 2004, e sê-lo-à até 2014.
É português, eu sei, e Portugal talvez ainda seja considerado, por muitos, uma província de Espanha. Mas dirige este Continente há muitos anos, sem que ninguém dê por isso.
Porquê? Talvez porque não dirija coisa nenhuma.
E nesse caso, é legítima a pergunta: justifica-se este cargo?
Penso que sim.
E tenho muitas saudades de Jacques Delors…por exemplo.
Delors…Durão…Declínio.
Deplorável.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Farto e Cansado...


Quantos réus, comprovadamente culpados, já beneficiaram, em Portugal, da prescrição de penas por crimes praticados, por ultrapassar o prazo estabelecido?
Táctica bem utilizada pelos bons e bem pagos advogados, que não têm culpa de a lei favorecer quem comete o delito.
Será que neste país ainda ninguém percebeu?
O povo está farto e cansado de ver a culpa morrer alegremente solteira.
E pergunta: de que estão à espera para mudar a lei?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Argumentos e Enigmas...


Este homem não é apenas ele.
Se o fosse, já mereceria atenção e reflexão.
Mas não.
Este homem representa Portugal hoje.
Prostrado, derrubado, derrotado.
Alheio a discursos, acordos, Orçamentos. Que é isso?
Este homem é a Europa.
Sem rumo, sem regras, socorrendo-se de expedientes para tentar sobreviver.
Este homem, anónimo de si próprio, é o Mundo.
Poderia e deveria ser proibido, como ironicamente proclama o sinal.
Tanta coisa que o deveria ser e não é.
E o instantâneo captado leva-me a Agustina:

“As crises não se ultrapassam opondo-lhes argumentos, mas sim convidando-as a abrir as portas dos seus enigmas”.

Nem mais.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Indiferença com espanto...


Por definição, odeio ditadores.
Sejam de Esquerda ou Direita.
Obviamente.
A morte de mais um, Khadafi, deixou-me quase indiferente, não apenas por ser esperada, mas também porque sempre embirrei com o sujeito, que associava o despotismo a um “folclore” absurdo e escusado.
À indiferença juntou-se algum espanto.
Explico.
Durante muitos anos, assisti, incrédulo, às amigáveis recepções que os chefes democráticos de inúmeros países prestavam ao tirano líbio.
Abraços, sorrisos, bajulação, compadrio.
E agora, os mesmos ou outros chefes desses países, são os primeiros a manifestar a sua aprovação, alguns até alegria, pela morte do coronel.
Como é possível?
“Mudam-se os tempos,….”.
Petróleo a quanto obrigas…

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Incompreensível.


Portugal tem falta de médicos.
Muitos cidadãos não têm "médico de família".
Contractam-se médicos estrangeiros para suprir, minimamente, as lacunas. E não chegam.
O Ministério sabe.
A Ordem queixa-se.
O povo sofre as consequências.
E perante este cenário bem real, o "numerus clausus" impede, anualmente, a entrada em Medicina de muitos estudantes com elevadas classificações, por não terem atingido a média global de 19 valores....
Conseguem entender?
Eu não.

sábado, 8 de outubro de 2011

Dúvida...


Não sei mesmo.
Estas figuras estão na Praça do Município, contrastando com o traçado clássico dos edifícios.
Numa primeira análise, traduzirão a alegria com que Lisboa saúda quem por ali passa, ou quem a visita.
Mas posso dar-lhe uma outra interpretação, talvez cáustica.
"Cuidado com os assaltos. Não resistam. Deixem-se roubar!".
Ou...como nem tudo o que parece...é.

domingo, 2 de outubro de 2011

Escabroso


Isaltino libertado, Vale e Azevedo passeando alegremente por Londres, os condenados da Casa Pia a ver o tempo passar, Oliveira e Costa ilibado, Jardim perto de ganhar de forma esmagadora as eleições, Dias Loureiro absolvido.
E o cidadão comum assiste, pensa e revolta-se.
Recordo Nietzsche:
“A justiça, pois, que começou a dizer: «tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo. Esta autodestruição da justiça, chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça”.
E retenho:
“Privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da Justiça”.
Mas volto a pensar:
A Justiça não pode ser privilégio de ninguém, e ninguém pode estar para além dela.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Portugal triste


Júlio Resende morreu.
E neste país encharcado de um grosseiro Jardim, nenhum serviço noticioso da televisão abriu com esta triste notícia.
Não marcava golos, nem foi protagonista de nenhuma falcatrua financeira.
Deixa uma Obra que a habitual posteridade portuguesa remeterá aos anais do esquecimento, "primus inter pares", simples e Grande.
Continuaremos atentos às magnas entrevistas de Cristiano Ronaldo e à fundamental questão de saber se o TGV terá uma ou mais carruagens.
Portugal triste.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Depois queixam-se...


Por momentos, julguei estar no antigo e saudoso Parque Mayer...
Mas não, estava em Santos, à porta do também lembrado "Cinearte", casa habitada pela "Barraca".
O título da peça em cena não podia ser mais sugestivo...e talvez explique a crise crescente dos grupos de Teatro, subsidiados pelo erário público, e eternamente queixosos da falta de apoios como justificação para as salas vazias...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Análise perfeita dos Portugueses


“…mais generosos do que avaros, mais comunitários do que individualistas, mais emotivos do que racionais, mais espiritualistas do que materialistas, mais supersticiosos do que devotos, mais líricos do que prosaicos, mais soltos do que disciplinados, mais improvisadores do que metódicos…”

Rainha D.Amélia
(“As Memórias Secretas da Rainha D.Amélia”, Miguel Real).



terça-feira, 26 de julho de 2011

"Senhor José"...


Somos assiduamente “assaltados” pelo telefone, por empresas que contratam serviços de telemarketing.
Jovens sem emprego que preferem ter algo para fazer em vez de nada. E ganhar uns euros. Poucos, claro.
Dizem que dão formação a esses jovens. Rápida e apressada, calculo.
Mas fico na dúvida…quando a pessoa do outro lado diz, depois de confirmar que está a falar comigo: “Muito bem, sr. José”.
Sr. José???
Mas então não ensinam às pobres criaturas que não se trata um homem que não se conhece pelo primeiro nome?? E que as senhoras tratam-se por “Senhora Dona”????
Não ensinam, evidentemente.
E portanto somos todos varridos a esse tratamento “primário”, a que amavelmente acrescentam um “senhor” ou “senhora”.
E ainda teremos de ficar satisfeitos por não ouvir um “Muito bem, ó Zé!”…

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vale...(e Azevedo)...tudo?

Dizem-nos que não há fronteiras nos países da União europeia. Que somos todos europeus por igual. Acreditamos.
Portugal e a Inglaterra são os mais velhos “aliados”, desde o século XIV, tempos em que nem se falava de abolição de fronteiras.
Pois apesar deste histórico pano de fundo, há um cidadão que parece situar-se acima do Direito internacional, perante a complacência de todos.
Cada um de nós tem uma ideia formada acerca das culpas deste indivíduo, tão evidentes que apenas mentes demasiado ingénuas ou estúpidas podem argumentar contra.
Com um cadastro deplorável, sucessivamente condenado a penas de prisão, algumas cumpridas outras por cumprir, este português vive em Inglaterra como um “nababo”, sendo presidente de uma sociedade de investimentos (calcula-se a “transparência” destes) e muito bem relacionado com a alta finança britânica. Passeia-se e pavoneia-se, mostra-se, ostenta-se, dá entrevistas, ri-se. Goza.
E em simultâneo, as autoridades portuguesas passam mandatos de captura…pedem a extradição…sem qualquer resultado visível.
Somos todos indigentes mentais? Estamos a brincar?
O poder do dinheiro alia-se a outros interesses, e a pobre Justiça, que por uma vez parecia querer funcionar, é despejada para o balde do ridículo e da risota fácil.

Até quando?

terça-feira, 19 de julho de 2011

É por estas e por outras...

Até Maio, o Presidente da Câmara de Faro, o inenarrável Macário, era totalmente contra a introdução de portagens na “Via do Infante”.
Estava no seu direito.
Em Julho, passados 2 meses e umas eleições….o mesmo Presidente apoia a introdução das portagens, porque “compreende os argumentos do Governo”….

“Beijar uma mulher que fuma é como lamber um cinzeiro”, disse há anos o Secretário de Estado da Saúde. Que era o "grande" Macário.

Lamber as botas ao Governo será igual?

terça-feira, 12 de julho de 2011

+ x - = - ...


Antigamente, os passageiros que embarcavam no Metro esperavam que saíssem os outros.
Agora não.
Faz-se tudo em simultâneo, com encontrões, insultos e aleivosia.
Mais pressa, provavelmente.
Menos civismo e educação, seguramente.

E “mais” por “menos”, como aprendi na escola, dá sempre…menos.

sábado, 9 de julho de 2011

"Eles"...

“Eles dizem que amanhã chove”. “Pelo menos eles dizem que sim!”. “Eles dizem que transmitem”. Eles….
Ouve-se muito.
Entidade abstracta, que tudo resume e enjeita.
“Eu não sei…mas eles dizem”.
Portuguesa maneira de não esclarecer, permanecer sempre na superficialidade cómoda, na informação pouco objectiva, na dúvida constante.
“Eles” é que sabem…

sábado, 25 de junho de 2011

Mediocridade...


O culto da mediocridade sempre imperou em Portugal.
Os autênticos valores, das mais diversificadas áreas, são muitas vezes esquecidos ou mesmo ignorados, entregues a si próprios, sem que ninguém repare nas suas Obras ou lhes dê divulgação. Passam a vida a enriquecer-nos, mas não queremos saber disso, Não conhecemos e portanto…não gostamos.
Pelo contrário, rodeiam-nos de desprezíveis personagens, vazias de conteúdo, banais e até tristes, porque a indigência de espírito entristece, chega a magoar, por tão ridiculamente exposta e explorada, para contento de uns quantos que, certamente, disso tiram algum ou muito proveito.
Exemplo recente de toda esta máquina de mau gosto, é Paulo Futre, antigo e excelente jogador de futebol, que nos entra pela casa dentro diariamente, infelizmente não pelos melhores motivos.
E o “discurso” é de tal maneira estupidificante, que empobrece quem fala…e quem ouve.
Futre está na moda.
Pelas piores razões.



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Caricato...


Inédito.
Um Ministro vai tomar posse, de moto...
Quando a originalidade roça o demagogo, ou quando a ânsia de protagonismo obriga ao caricato.
Por acaso, nenhum dos outros ministros teve a ideia de aparecer de bicicleta...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cultura...


“A literatura e a arte, neste gradual definir dum grande ser colectivo, são duas poderosas forças de unificação e consciencialização, dois grandes excitantes do sentimento da dignidade nacional, mesmo que o orgulho comum não radique na alma colectiva, mas no génio criador.”

Hernâni Cidade

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Enid Blyton

Quantos de nós leram a colecção dos “Cinco” de Enid Blyton?
Quero crer que muitos.
Numa época sem televisão, sem computadores e telemóveis, as crianças brincavam e liam. E como a literatura infantil também não abundava, os livros de Blyton vendiam-se aos milhões, à escala universal.
Que ideia se faz da autora? Para mim, seria uma pessoa encantadora, amável, simpática, inteligente, e que sabia cativar os pequenos leitores de forma simples.
Porém, ontem vi um filme que pretende ser um resumo biográfico, excelentemente interpretado pela fabulosa Helena Bonham Carter. E “Enid” é-nos apresentada como um autêntico “monstro”, que colocava a carreira literária bem acima dos seus deveres conjugais e até dos de mãe, com um comportamento a roçar o tirânico para com as duas filhas.
Procurarei confirmar este “retrato”, que me surpreendeu, ainda que da Senhora só conhecesse os livros.
Mas é curioso como a realidade pode ser tão diferente daquilo que colocamos na nossa imaginação.

domingo, 5 de junho de 2011

Caiu a noite

Caiu a noite.
Com ela, uma Esquerda estúpida que insiste em dogmas ultrapassados, e que prefere ser governada por uma maioria de Direita.
Caiu a noite.
E de novo se levanta o tradicional entendimento entre democratas-cristãos e liberais, sempre de acordo quando se trata de repartir o Poder.
Caiu a noite.
A madrugada trará discussão de ministérios. Mistérios.
De pastas. Gastas.
De lugares.
De submarinos.
Caiu a noite.
As feiras não serão visitadas nos próximos 4 anos.
Arruadas, almoçaradas e discursos balofos são passado.
Moções votadas no parlamento com a tal Esquerda…só quando der jeito.
Caiu a noite.
Com ela as máscaras.
E a vergonha.

terça-feira, 31 de maio de 2011

"Minerva"

Empobrecido, triste e quase moribundo.
O aspecto do expositor da “Minerva” na última Feira do Livro de Lisboa.
As características capas da editora são as mesmas de sempre, mas o problema é que os títulos também. Respirava-se resignação, naquele espaço. E tédio.
Longe dos holofotes virados para os grandes “latifúndios” livreiros (Leya, Porto Editora e Babel), a velha “Minerva” agoniza, e com ela, muitas recordações de tempos e livros passados.
Faz lembrar o pequeno comércio local.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Veremos...

Fria, desinteressante, amorfa, descolorida, oca.
Campanha para as Presidenciais, com vencedor anunciado.
Veremos...