Quantos de nós leram a colecção dos “Cinco” de Enid Blyton?
Quero crer que muitos.
Numa época sem televisão, sem computadores e telemóveis, as crianças brincavam e liam. E como a literatura infantil também não abundava, os livros de Blyton vendiam-se aos milhões, à escala universal.
Que ideia se faz da autora? Para mim, seria uma pessoa encantadora, amável, simpática, inteligente, e que sabia cativar os pequenos leitores de forma simples.
Porém, ontem vi um filme que pretende ser um resumo biográfico, excelentemente interpretado pela fabulosa Helena Bonham Carter. E “Enid” é-nos apresentada como um autêntico “monstro”, que colocava a carreira literária bem acima dos seus deveres conjugais e até dos de mãe, com um comportamento a roçar o tirânico para com as duas filhas.
Procurarei confirmar este “retrato”, que me surpreendeu, ainda que da Senhora só conhecesse os livros.
Mas é curioso como a realidade pode ser tão diferente daquilo que colocamos na nossa imaginação.
Custa a acreditar, de facto...
ResponderEliminarAqui se poderá aplicar o bem conhecido provérbio popular: " Quem vê caras, não vê corações."
Fiquei mesmo muito surpreendida com o "retrato" feito nesse filme, embora também conhecesse apenas os livros, que "devorei" às dezenas... "Os cinco" e não só....Tudo o que era dela, eu lia...
Para além de surpreendida, direi mesmo que, a ser verdade, ficarei triste, decepcionada, ainda que, independentemente desta "informação" inesperada sobre o seu carácter, os seus livros continuem presentes na minha memória para sempre!
Talvez não fosse talhada para o lar nem a maternidade...
ResponderEliminartalvez aspirasse a um "quarto de escrita", como Virginia...
talvez a genialidade determine comportamentos inesperados...
[talvez quem assim a retratou não tenha resolvido o seu esqueleto no armário, por não ter realizado a sua utopia de ter uma ilha como a Zé :)))]
talvez talvez talvez fosse também humana e "nada do que é humano nos deva surpreender" [Yourcenar]
Por mim, devorei Cinco, Sete, Mistério, Colégios de Quatro Torres e de Santa Clara. E grata fico pelo sonho e fantasia que me proporcionou e enlevou.
Há que distinguir o sujeito de escrita da sua obra. E, para ficar apenas por mulher e inglesa, também Anne Perry foi assassina e é autora de policiais vitorianos fantásticos.