quarta-feira, 8 de junho de 2011

Enid Blyton

Quantos de nós leram a colecção dos “Cinco” de Enid Blyton?
Quero crer que muitos.
Numa época sem televisão, sem computadores e telemóveis, as crianças brincavam e liam. E como a literatura infantil também não abundava, os livros de Blyton vendiam-se aos milhões, à escala universal.
Que ideia se faz da autora? Para mim, seria uma pessoa encantadora, amável, simpática, inteligente, e que sabia cativar os pequenos leitores de forma simples.
Porém, ontem vi um filme que pretende ser um resumo biográfico, excelentemente interpretado pela fabulosa Helena Bonham Carter. E “Enid” é-nos apresentada como um autêntico “monstro”, que colocava a carreira literária bem acima dos seus deveres conjugais e até dos de mãe, com um comportamento a roçar o tirânico para com as duas filhas.
Procurarei confirmar este “retrato”, que me surpreendeu, ainda que da Senhora só conhecesse os livros.
Mas é curioso como a realidade pode ser tão diferente daquilo que colocamos na nossa imaginação.

2 comentários:

  1. Custa a acreditar, de facto...
    Aqui se poderá aplicar o bem conhecido provérbio popular: " Quem vê caras, não vê corações."
    Fiquei mesmo muito surpreendida com o "retrato" feito nesse filme, embora também conhecesse apenas os livros, que "devorei" às dezenas... "Os cinco" e não só....Tudo o que era dela, eu lia...
    Para além de surpreendida, direi mesmo que, a ser verdade, ficarei triste, decepcionada, ainda que, independentemente desta "informação" inesperada sobre o seu carácter, os seus livros continuem presentes na minha memória para sempre!

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  2. Talvez não fosse talhada para o lar nem a maternidade...
    talvez aspirasse a um "quarto de escrita", como Virginia...
    talvez a genialidade determine comportamentos inesperados...
    [talvez quem assim a retratou não tenha resolvido o seu esqueleto no armário, por não ter realizado a sua utopia de ter uma ilha como a Zé :)))]
    talvez talvez talvez fosse também humana e "nada do que é humano nos deva surpreender" [Yourcenar]

    Por mim, devorei Cinco, Sete, Mistério, Colégios de Quatro Torres e de Santa Clara. E grata fico pelo sonho e fantasia que me proporcionou e enlevou.
    Há que distinguir o sujeito de escrita da sua obra. E, para ficar apenas por mulher e inglesa, também Anne Perry foi assassina e é autora de policiais vitorianos fantásticos.

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