segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dois Génios

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Fritz Kreisler (1875-1962) e Agostinho da Silva.
Kreisler foi um virtuoso do violino, a tal ponto, que era reconhecido mal se ouvia uma gravação sua, em discos pesados de 78 rotações. Exímio executante, está hoje muito esquecido.
O nosso Agostinho da Silva era melómano.
E no tempo das velhas grafonolas, ouvia Kreisler a interpretar as sonatas de Beethoven, no silêncio da madrugada, com o seu gato ao colo, em êxtase total, repetidamente, noite após noite. Era o seu violinista preferido, e nestas coisas de ídolos, nunca nos cansamos.
Pensa-se (ele nunca o disse) que encontrava na música do Mestre alemão e na execução sem mácula de Kreisler, a Liberdade possível.

1 comentário:

  1. Gosto disto :)
    Os pensamentos de Agostinho são música para os nossos olhos e alma. E Fritz é um filósofo da música, contemplativo, que tirava prazer da harmonia. E ambos se divertiam. Tiveram, também, filosofias de vida similares. Um e outro, pouco interessados na aceitação e nos fins comerciais, foram mestres da alforria.
    Em Fritz não há vacuidades de bem parecer, de pretender agradar. O processo mental emocional era determinante nas suas composições e adaptações, bem como quando executante. Dando, tanto às suas composições como às obras de outros que tocava, o seu toque imaginativo. Aluno de pintura durante certo tempo, pode-se dizer que a sua mestria levava a cada obra um colorido muito próprio. Liberdade!
    Agostinho da Silva também pouco se importou com a bem parecença, sempre defendeu a criatividade pessoal, liberdade de criação. Era um outro imaginativo. Penso, por tal, que Agostinho admiraria tanto a obra e desempenho musicais de Fritz [pauta e palco] quanto admirava o homem e o que esse movia, essa opção pela independência criativa.
    Todas as composições contam uma história. A manipulação do instrumento, a emoção colocada no desempenho contribuem para o curso e diferente desenlace dessa narrativa. O próprio instrumento colabora ou rejeita. Um filosofava com as palavras, outro com as notas.
    Contadores de histórias, sábios, Liberdade era o mote e motor de ambos.

    “O que importa é ser-se quem se é”, Agostinho da Silva

    Grande dupla! Excelente post!

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