terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pessanha

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"Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas,
Fulgurações azuis, vermelhos de hemoptise,
Represados clarões, cromáticas vesânias,
No limbo onde esperais a luz que vos batize,
As pálpebras cerrai, ansiosas não veleis.
Abortos que pendeis as frontes cor de cidra,
Tão graves de cismar, nos bocais dos museus,
E escutando o correr da água na clepsidra,
Vagamente sorris, resignados e ateus,
Cessai de cogitar, o abismo não sondeis.
Gemebundo arrulhar dos sonhos não sonhados,
Que toda a noite errais, doces almas penando,
E as asas lacerais na aresta dos telhados,
E no vento expirais em um queixume brando,
Adormecei. Não suspireis. Não respireis."

Camilo Pessanha

1 comentário:

  1. Chorai arcadas
    Do violoncelo!
    Convulsionadas
    Pontes aladas
    De pesadelo

    De que esvoaçam
    Brancos, os arcos
    Por baixo passam,
    Se despedaçam,
    No rio, os barcos.

    Fundas, soluçam
    Caudais de choro
    Que ruínas -ouçam!
    Se se debruçam
    Que sorvedouro!

    Trémulos astros
    Solidões lacustres
    Lemos e mastros
    E os alabastros
    Dos balaústres!

    Urnas quebradas!
    Blocos de gelo.
    Chorai arcadas
    Despedaçadas
    Do violoncelo.

    Violoncelo


    :))) sei de cor...

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