sábado, 8 de setembro de 2012

Sanguessuga...

Depois de ouvir o discurso, recordei de imediato um poema lido há muito.
Ei-lo:

"Suga sangue, sanguessuga
suga sangue, mata a sede,
que o sangue também te suga,
que o sangue também tem sede.

Vais inchando, sanguessuga,
com meu sangue? Que me importa?

Conheço-te, sanguessuga!
Suga sangue, suga, suga,
que amanhã tombarás morta!

Rebentarás, sanguessuga,
como um odre, de repente?
morrerei eu de anemia?
Melodramaticamente?

Não no sei. Mas, sanguessuga,
morreremos nesse dia,
nasceremos nesse dia,
num segundo, para sempre!".

António Luis Moita, "Batalha da Sanguessuga", 1962.

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