sábado, 6 de novembro de 2010

Joel Serrão


Nos meus tempos de Passos Manuel, isto é, na década de 60, Joel Serrão dava aulas de História e Filosofia.
Estacionava o carro junto ao gradeamento do jardim, e dirigia-se em passo rápido para o edifício, sempre de cigarro na boca, e uma pasta sem asas debaixo do braço.
As aulas eram autênticas lições. Não eram apenas aulas de cumprir horário.
O Professor era respeitado por todos, quer os alunos, quer os seus próprios colegas, que dele falavam com admiração e reconhecimento.
Só nos últimos anos, quase homens, falávamos da estupidez de se desperdiçar assim um Valor, que deveria dar aulas no Ensino Superior, e não no Secundário.
Reparou-se essa injustiça uns anos depois, mas este caso é exemplar na demonstração da imbecilidade cega de quem julga anular um Pensamento impedindo-o de se manifestar no local certo.
Com Joel Serrão aprendemos a tentar ter espírito crítico perante o que se nos depara.
Seria o suficiente para sempre o recordar.

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